quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

HÉRNIA DISCAL


Os discos intervertebrais são cartilagens fibrosas que acompanham o formato das vértebras e tem como função amortecer impactos, amenizar atritos e permitir maior mobilidade entre as vértebras.

Para que ocorra efetivamente a hérnia discal, é necessário que previamente ocorra uma deterioração do disco por microtraumatismos de repetição ou se as fibras do anel fibroso (a parte externa do disco) já estiverem em processo de degeneração.

A hérnia discal corresponde à ruptura do anel fibroso com deslocamento do material do núcleo pulposo (estrutura de consistência gelatinosa) para dentro do canal vertebral podendo levar a uma compressão das raízes nervosas adjacentes.

Cerca de 95% das hérnias de disco lombar paramedianas são devidas a compressões das raízes L5 e S1. São típicas do paciente na faixa etária dos 30 aos 60 anos e têm uma história natural bem conhecida: geralmente são recorrentes e as crises tendem a durar em média 2 a 3 meses.

Aproximadamente 90% dos pacientes melhoram com o tratamento clínico em 3 meses e conseguem estabilizar o quadro e ficar livre dos sintomas quando praticam alguma atividade que mantenha a força, estabilidade e mobilidade da coluna. Apenas 2-4% dos casos têm indicação cirúrgica.

A apresentação clínica clássica é a de dor irradiada para a perna – face posterior, no trajeto do nervo ciático nas hérnias L4-L5-S1; face anterior da coxa nas hérnias L2-L3-L4 (as hérnias de L1 são extremamente raras). A dor piora quando o paciente está sentado ou em pé e melhora quando deitado. Geralmente há uma piora aguda da dor às manobras do tipo Valsalva (tosse, evacuações, espirros).

O exame de escolha para a confirmação de uma suspeita clínica de hérnia discal é a Ressonância Nuclear Magnética (RNM).

De acordo com vários estudos existem evidências de que a realização de um programa de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatura do tronco possa restaurar a função da coluna lombar e melhorar o quadro de dor decorrente da hérnia discal e prevenir o surgimento da mesma.

Em 2004, foi realizado um estudo sobre a estabilização da coluna lombar utilizando o método Pilates e foi concluído que o mesmo mostrou-se eficiente para promover aumento do pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total dos músculos do tronco.

Dessa forma, esses resultados indicam que esse método de treinamento pode ser utilizado como estratégia para o fortalecimento da musculatura, atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco, o que garante uma boa estabilização da região lombar. Além de restabelecer os espaços intervertebrais através do fortalecimento e alongamento dos grupos musculares, resultando em uma maior proteção dos discos intervertebrais.


Bibliografia

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FELIZ 2011!!!


Oi pessoal!! Estamos de volta, e iniciamos nossas atividades hoje!!
Desejamos a todos os alunos e amigos um 2011 repleto de alegrias, realizações, e muito Pilates!!
E uma das minhas promessas de ano novo, foi a de postar toda semana alguma matéria no blog, e como promessa é dívida, vamos começar com um texto que a nossa fisio e profa. Camila K. de Oliveira preparou para vocês...Boa leitura!!!